O curta-metragem “Na Volta Eu Te Encontro”, com direção da cineasta baiana Urânia Munzanzu, foi selecionado para a Mostra Competitiva de Curtas-Metragens Brasileiros do prestigiado Festival de Cinema de Gramado, um dos principais eventos do audiovisual latino-americano. O filme será exibido no dia 19 de agosto, na programação oficial do festival.

Com produção da Acarajé Filmes e coprodução da Mulungu Realizações Culturais, o curta mistura linguagem documental e ficcional para registrar a Volta da Cabocla, parte dos festejos do 2 de Julho — data que marca a Independência do Brasil na Bahia. O evento simboliza o retorno das figuras do Caboclo e da Cabocla ao bairro da Lapinha, em Salvador, no dia 5 de julho, carregando a força dos símbolos da luta popular negra e indígena pela libertação do país.
“Este é um filme feito para contar nossas vitórias, uma reverência às etnias que moldaram nossas heroínas e heróis. Ele nos lembra das origens que nos constituem como povo e do amor pela liberdade”, declara Urânia Munzanzu, diretora do filme e fundadora da Acarajé Filmes.
A produtora executiva do curta, Flávia Santana, da Mulungu, destaca o alcance da obra: “A nossa cabocla, símbolo de resistência da Bahia, agora atravessa o país, ecoando do norte ao sul histórias de luta, força e fé coletiva. É uma alegria imensa ver esse reconhecimento.”
Além de Gramado, o curta segue em circulação nacional. No 32º Festival de Cinema de Vitória, no Espírito Santo, será exibido no dia 21 de julho, às 19h, no Sesc Glória, com debate no dia seguinte. Entre os dias 30 de julho e 6 de agosto, participa do 47º Festival Guarnicê de Cinema, em São Luís (MA). A obra já passou por outros eventos importantes como o XX Panorama Internacional Coisa de Cinema, onde venceu os prêmios de Melhor Fotografia e Melhor Som, além do Festival Cine Deburu, onde conquistou o prêmio de Melhor Filme.
Urânia Munzanzu é cineasta, roteirista, poeta e produtora. Mulher negra, sapatão, soteropolitana, nascida no Pelourinho, é mestre em Antropologia pela UFBA e criadora do conceito de “cinema de cozinha”, um método que ancora as estéticas e políticas do cinema negro a partir da perspectiva de mulheres negras. É fundadora da Frente Marginal de Arte Negra e dirige obras que circulam pelo Brasil, Caribe e África, sempre com foco em território, ancestralidade e justiça racial.
Produtora baiana com foco em narrativas negras, de gênero e diversidade, a Acarajé Filmes atua em diálogos sul-sul e já assinou mais de 30 obras, com produções nacionais e internacionais realizadas no Brasil, continente africano, Caribe e Ásia.
Para acompanhar o filme:
Instagram: @acarajefilmes | @mulungucultural