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Mulheres Negras e a Nova Ordem Econômica: Protagonismo, Conhecimento e Transformação

Foto: Freepik

Estamos diante de uma virada histórica: mulheres negras estão à frente de um processo de reinvenção da economia e da educação corporativa, com soluções práticas e inovadoras com origem nas vivências e resistências de quem sempre precisou construir com o que tinha. Não há como pensar o futuro do desenvolvimento sustentável sem considerar o conhecimento, a criatividade e a potência dessas mulheres.

Impulsionar o conhecimento econômico feminino negro é mais que uma meta; é uma necessidade estratégica para qualquer projeto de país que vise equidade, inovação e prosperidade. O protagonismo das mulheres negras nos permite repensar os modelos econômicos vigentes e construir pontes mais justas entre saber e poder. Elas não apenas lideram pesquisas e empreendimentos, mas também criam caminhos para que comunidades inteiras avancem na geração de renda, no fortalecimento do auto emprego e na valorização de saberes historicamente marginalizados.

No entanto, há um abismo entre a relevância desse conhecimento e o reconhecimento institucional. O silenciamento das vozes femininas negras, especialmente quando defendem respeito e dignidade, ainda é uma realidade dolorosa. Muitas vezes, suas palavras são distorcidas ou utilizadas por quem se diz aliado, mas não compartilha os mesmos riscos e dores.

Ainda assim, estamos à beira de uma transformação espetacular. A força demográfica e econômica das mulheres negras, especialmente das mais jovens que vêm acessando gradualmente o mercado de trabalho, está moldando uma nova dinâmica social. Com aumento de renda, protagonismo intelectual e engajamento político, essas mulheres tornam-se agentes fundamentais de mudança.

A transferência de riqueza e conhecimento — por muito tempo negada a essa população — começa a ganhar espaço. Trata-se de um movimento que não apenas combate a desvalorização salarial, mas também afirma o papel dos intelectuais orgânicos negros na redução das desigualdades e no fortalecimento da educação com viés racial.

Nosso objetivo precisa ser claro: ampliar a presença de mulheres negras e indígenas nas reflexões econômicas, construindo decisões estratégicas para o futuro e impulsionando o desenvolvimento regional sustentável. A sustentabilidade, aliás, não pode ser apenas ambiental; deve ser também social e racial, com base na valorização dos saberes que emergem das periferias e quilombos urbanos.

O Mercafro nasce nesse contexto. Somos uma empresa que atua na curadoria de conteúdo para educação corporativa e desenvolvimento pessoal com foco racial. Queremos impulsionar um ecossistema de negócios multicanal, multimarca e com propósito claro: visibilizar o conhecimento negro e fortalecer estratégias de inclusão econômica. Utilizamos tecnologias digitais para conectar intelectuais, empreendedores, investidores e aceleradoras, criando um ambiente onde mulheres negras possam expandir sua influência política, acadêmica e empresarial.

Sabemos que ainda somos as mais carentes no acesso a recursos econômicos e oportunidades. Mas é justamente dessa escassez que nascem nossas soluções mais criativas. Não queremos apenas sobreviver com um salário mínimo. Queremos redesenhar a economia global com nossa visão, nossas experiências e nosso estilo. A cultura e a política perdem sabor quando nos excluem. Não aceitamos mais esse apagamento.

A educação corporativa com viés racial, ancorada no pensamento econômico negro, é uma ferramenta poderosa para reverter estruturas excludentes. Precisamos difundir esse conhecimento, criar redes de colaboração global e inserir nossas ideias nos espaços decisórios. É hora de superar as barreiras que nos foram impostas e garantir que o crescimento econômico seja, de fato, inclusivo.

Promover o empreendedorismo feminino negro, facilitar o acesso a mercados globais e destacar a importância da cooperação tecnológica são ações que não podem mais esperar. Bairros e comunidades negras têm sede de inovação, e nós temos as respostas. O futuro será diverso, justo e próspero — e terá a cara das mulheres negras que ousaram transformar dor em potência.

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