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Alta de acidentes em estações de metrô de Salvador acende alerta; confira dicas de segurança

Ir ao trabalho, resolver pendências no centro, visitar a família ou apenas passear: o metrô já faz parte da rotina de milhares de soteropolitanos e moradores da Região Metropolitana. Mas, com o aumento de acidentes nas estações, o que deveria ser sinônimo de agilidade e mobilidade tem se tornado também motivo de preocupação.

Foto: Reprodução

Entre janeiro e maio de 2025, 327 acidentes foram registrados nas estações operadas pela CCR Metrô Bahia, responsável pelo sistema metroviário de Salvador e Lauro de Freitas. São quedas e colisões em escadas rolantes e fixas, incidentes nas plataformas, portas dos trens e outras áreas das estações. No mesmo período do ano passado, foram 270 ocorrências, um crescimento de 21,1%.

Os números chamam atenção, mas o que realmente sacudiu a população foi o caso ocorrido no último domingo (29), quando um homem foi prensado entre o trem e a plataforma na estação Campinas de Pirajá. Identificado como José Cosme de Jesus Gonçalves, de 34 anos, ele é funcionário da Empresa de Limpeza Urbana de Salvador (Limpurb) e tentava atravessar a via para acessar o lado oposto da estação, uma prática irregular. O resultado foi grave: José foi encaminhado em estado crítico ao Hospital do Subúrbio.

Em nota, a CCR explicou que o acidente ocorreu por acesso indevido aos trilhos e voltou a reforçar a importância das orientações de segurança. A concessionária recomenda que os passageiros aguardem o trem atrás da faixa amarela, evitem distrações e, sobretudo, nunca atravessem a via. “Um ponto vital para a segurança do cliente é não acessar a via. A linha é de circulação dos trens. Solicitamos também que os clientes aguardem atrás da faixa amarela. Ela é um dispositivo de segurança entre o trem e a plataforma”, reforçou Pedro Mello, gerente executivo de atendimento da CCR Metrô Bahia.

O sentimento de insegurança não está apenas nos dados, mas também na experiência de quem utiliza o sistema todos os dias. A pedagoga Hyanny de Jesus Cruz, de 32 anos, se acidentou em dezembro do ano passado na estação Retiro, por volta das 5h40 da manhã, quando tentava embarcar rumo ao bairro de Águas Claras.

“Estava escuro ainda e a estação cheia. Eu me apressei para entrar no vagão e não percebi o vão entre o trem e a plataforma. Minha perna foi direto pra dentro daquele espaço. Foi desesperador”, conta Hyanny, que foi socorrida por passageiros que presenciaram a cena. Ela lembra que não havia nenhum agente por perto no momento da queda, e que o socorro partiu unicamente dos usuários.

O susto foi grande, mas as consequências poderiam ter sido piores. “Graças a Deus, não foi algo muito grave. Fiquei com um hematoma enorme que demorou meses para melhorar. Mas o trauma ficou. O medo de que aconteça de novo, também”, desabafa. Desde então, Hyanny tem evitado usar o metrô e defende mudanças na estrutura e na comunicação com os usuários. Ela sugere mais campanhas educativas e também mais barreiras visuais e físicas para reduzir o espaço entre o trem e a plataforma. “A sinalização que existe não é suficiente. Muita gente anda apressada, distraída, e qualquer descuido pode ser perigoso”, alerta.

Atualmente, as estações de Salvador não contam com portas de embarque, sistema de segurança presente em cidades como São Paulo, que impede a queda de pessoas nos trilhos. A CCR esclareceu que os ativos do sistema pertencem ao Governo do Estado e que todas as normas técnicas internacionais foram seguidas no projeto original.

Mesmo assim, a concessionária afirma desenvolver ações permanentes de conscientização. Por meio de campanhas educativas, avisos sonoros e comunicação visual, tenta alertar os passageiros sobre a importância de comportamentos seguros. Um dos exemplos é a Trupe da Segurança, iniciativa que promove esquetes teatrais nas estações para orientar o público de forma lúdica. “Temos um calendário dinâmico de ações e campanhas educativas sobre as medidas de segurança”, informou a CCR em nota enviada ao Aratu On.

Com um fluxo diário de cerca de 400 mil pessoas, o metrô segue sendo essencial para a cidade. Mas, diante dos crescentes acidentes, o desafio agora é garantir que esse deslocamento tão cotidiano seja também mais seguro, acessível e humano para todos os usuários.

Cuidados para evitar acidentes em estações de metrô

A CCR Metrô Bahia destacou algumas orientações importantes para garantir uma viagem mais segura e colaborativa entre os passageiros. Entre as principais recomendações estão o ordenamento durante o embarque, atenção ao utilizar escadas e a necessidade de evitar distrações.

A concessionária reforça que é fundamental aguardar a chegada do trem e a abertura das portas atrás da faixa amarela de segurança, demarcada no piso. Também é importante priorizar os espaços menos cheios, evitando aglomerações, e jamais acessar a via férrea. Observar com atenção o vão entre o trem e a plataforma pode prevenir acidentes, assim como manter o foco durante a espera pela chegada do trem. Quando soar o toque de campainha, a orientação é não entrar ou sair do vagão.

Nas escadas rolantes, deve-se permanecer do lado direito, segurando no corrimão e deixando a esquerda livre para quem está com pressa. Já nas escadas fixas, é importante não correr e utilizar sempre o corrimão, principalmente em dias de chuva. O uso do lado direito ajuda a evitar colisões e quedas.

Durante o embarque, recomenda-se formar fila e aguardar o desembarque completo dos passageiros antes de entrar no trem. Além disso, no primeiro vagão, a segunda e a quarta portas são preferencialmente destinadas a pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida.

Com informações do Portal Aratu On.

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