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Não sei o porquê, mas a culpa é sempre do outro

Foto: Freepik

No dia a dia, não param de sugerir temas para análise e debate sobre a nossa vida e planejamento financeiro. E não tinha como ser diferente. Vivemos em sociedade, onde o ambiente é orientado às realizações imediatas e ao consumo pouco consciente. Esse comportamento nos leva inevitavelmente às questões financeiras e de planejamento.

Desta vez não vou falar do cartão de crédito. Vou falar um pouco de como eu vejo e penso o planejamento na formação de uma poupança ou realização de algum sonho ou desejo de forma coletiva. Como resolver as questões que se apresentam quando o desejo ou a capacidade de realização não é sua, onde o resultado final terá que agradar a todos os envolvidos ou todos terão uma parcela de responsabilidade no financiamento desta realização? Como desenvolver a consciência e o planejamento coletivo?

Quando vivemos sozinho, nossa cabeça é nosso guia e o plano que fizemos flui que é uma beleza, dando certo ou errado, tudo corre conforme planejado e estará tudo bem, pois seremos nós quem ficaremos felizes com o resultado ou quem teremos que amargar a frustação e pagar a conta da bobagem que fizemos.

O problema, neste caso, se apresenta quando resolvemos viver juntos, em coletividade ou em casal. Neste caso, as realizações, assim como as despesas e consequências, normalmente, recairão sobre todos os envolvidos, sejam elas financeiras ou emocionais, todos terão que viver a mesma realidade, concordando ou não.

Essa semana me deparei com o caso que acredito ser comum na maioria dos casais. O marido entende que ser sócio do Baêa e ir para os jogos é um autocuidado ou até mesmo uma terapia, pois lá ele consegue rever os amigos, se divertir, extravasar e retornar para casa leve e consequentemente acaba por beneficiar a todos. A esposa, por sua vez, entende que todas as semanas precisa ir no salão cuidar das unhas e dos cabelos ou fazer uma drenagem pois desta forma está tendo um tempo para si mesma, promovendo também um autocuidado, ficando linda, relaxando, elevação de auto estima e, consequentemente, melhorando a vida de todos.

Olhando de forma isolada todos estão certos pois buscam fazer coisas que, ao seu ver, são importantes e entende que o resultado desta ação vai beneficiar o outro, mas no final do mês o que acontece é outra coisa. O cartão chega e o que mais se ouve falar é das brigas e questionamento dos maridos querendo sabe que tanto dinheiro é esse que a esposa gasta nesse salão todas as semanas e a esposa por sua vez acusando o marido de gastar toda a reserva financeiro com jogo de futebol e cerveja com os amigos. Alguém já ouviu isso?

Aí, pai, é a hora que a jiripoca pia e você entende a frase “você vai ver e quando juntar as escovas de dente”.

Essa é uma realidade que acredito fazer parte do cotidiano de todo que de alguma forma resolveu não viver mais sozinho. Resolveu deixar de ser um corpo só e de alguma forma passar a viver em união com outro alguém.

E uma vez que resolveram unir as escovas de dente ou viver em baixo do mesmo teto, por que não fazer uma planilha juntos. Isso mesmo, planejar a vida financeira juntos. Claro, que respeitando os limites e individualidade de cada e entendendo que o “EU” precisa dar espaço para o “NÓS” e essa transformação só acontecesse houver transparecia dialogo precisa ser transparente, sincero, honesto e UMA PLANILHINHA bem preenchida e atualizada.

Vou falar de planilha e planejamento sim. Não tem como o outro saber o que está na sua cabecinha de coco, se ele não conseguir ver. E se ele não consegue ver, a imaginação toma conta dos pensamentos e aí já viu. A culpa vai ser sempre do outro.

Gente, esse lance de planejamento coletivo é tão complicado que é comum você ouvir as pessoas falando que hoje possuem uma renda maior do que quando eram sozinhas, mas que o dinheiro nunca dá para fazer nada, só pagar conta e cartão de crédito. Que nunca sobra dinheiro para nada!

Muitas vezes isso acontece porque os gastos se tornam invisíveis e vão se acumulando no cartão de crédito e só vai ser visto na hora que chega à fatura
E o pior: todos só prestam atenção no total, mas dificilmente se dão ao trabalho de analisar o que houve de verdade. E, se tiver em quem botar a culpa, e tem porque não vivemos mais sozinhos, aí que a coisa fica boa de verdade e nós voltamos a história do futebol e do salão de beleza novamente.

Agora, se criarmos o hábito de planejar e anotar as despesas, todos terão condições de saber quando de verdade esses jogos e essas cervejinha com os amigos estão custando ou quanto essas drenagens, unhas e cortes de cabelo estão impactando no orçamento e melhor, o coletivo vai conseguir identificar o que está acontecendo, para onde está indo o dinheiro e tomar ações de forma conjunta para resolver a questão ou PLANEJAR a viagem dos sonhos ou a compra da casa própria. É, planejamento que nos dá visão além do alcance mesmo.

A minha recomendação é que essa nova equipe alinhe os ponteiros e vença essa fase muito rapidamente, pois não tem união ou coletividade que se mantenha firme onde existe a desconfianças, cobranças, brigas, acusações e a sensação de que o outro é uma âncora e responsável por todas a frustações de sua vida.

OPINIÃO

O texto que você terminou de ler apresenta ideias e opiniões da pessoa autora da coluna, que as expressa a partir de sua visão de mundo e da interpretação de fatos e dados. Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Umbu.

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Luiz Castelo
Luiz Castelo
2 meses atrás

Juntar as escovas é bom, mas assumir que estão juntos é complicado, nessa hora de pagar a conta é cada qual no seu cada qual.

Cassio Adriano
Cassio Adriano
2 meses atrás

Parabéns, excelente reflexão .

Nilgleidson Silva
Nilgleidson Silva
2 meses atrás

Necessário!

THIAGO MENEZES SANTOS
THIAGO MENEZES SANTOS
2 meses atrás

Ótima reflexão, parabéns Adelmo. 🥂⚖️

Alana nepomuceno
Alana nepomuceno
2 meses atrás

Adorei! achei a reflexão importante Demais! após essa leitura irei fazer uma super reflexão com meu esposo

Maria Eduarda Borges
Maria Eduarda Borges
2 meses atrás

Muito bom mesmo💋💋

Jailma Sena
Jailma Sena
1 mês atrás

A tarefa não é fácil, mas é possível de ser feita. Mas será que os envolvidos estão dispostos a abrir mão dos prazeres momentâneos ? Abrir mão dos prazeres é não acompanhar os amigos em determinados programas, é abrir mão de coisas que dão status, e essas atitudes trazem frustração, e o mercado tem como objetivo frustrar quem ousa não segui o que é determinado. Então, quando o sujeito não sabe lidar com a frustração, levará a vida endividado.

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