São João, festa conhecida por suas tradições culinárias ao redor da fogueira no interior da Bahia, também é popular pelas tradicionais quadrilhas juninas, que são exemplos da importância da manutenção da cultura nordestina nos festejos no estado e de como isso atravessa gerações.
Adolescentes, jovens e adultos mobilizam as suas comunidades em prol da captação de recursos financeiros para toda a matéria-prima que envolve o espetáculo exibido para plateia e seus jurados a cada concurso de quadrilha junina.
Railda Souza é professora do Ensino Médio e foi à Praça da Revolução, em Periperi, na tarde desta quarta-feira (11), para prestigiar as apresentações do primeiro dia da 16ª edição do Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas e apresentar ao seu filho as belezas da arte e do cenário de cada quadrilheiro do interior da Bahia.
“Eu moro próximo daqui da Praça da Revolução e aproveitei a oportunidade no meu trabalho para trazer o meu filho. A cultura junina representa o Nordeste e, como nordestinos, precisamos exaltar a nossa cultura”, vibrou a professora.
Entender a importância dos costumes e hábitos juninos é entender a nossa própria cultura identitária que existe e resiste ao longo dos anos tanto na capital baiana quanto no interior da Bahia.
Segundo Lourdes Santos, moradora da Lagoa da Paixão, estar numa plateia de um concurso de quadrilha junina aos 69 anos de idade é uma alegria. “Todos os anos eu venho para as apresentações e eu amo todas as festas daqui da Bahia. Eu amo as quadrilhas juninas. Elas ajudam na educação de nossas crianças e jovens. Virei assistir a apresentação das quadrilhas até o último dia, no domingo”.
Já para Zenaide Santos, filha de dona Lourdes, a culinária junina é um verdadeiro prato cheio para o paladar dos moradores do Subúrbio Ferroviário. Cuscuz, carne de sol, milho cozido, farofa de carne de sertão, licor, cerveja e refrigerante são alguns dos itens à venda na sua banca que fazem o maior sucesso.
Davi Moisés, também morador da Lagoa da Paixão, contou que estar na Praça de Revolução, numa arena repleta de adolescentes e jovens que se empenham na perpetuação da cultura das quadrilhas juninas é uma alegria imensa. Para ele, a maior alegria em ser quadrilheiro é estar em equipe unidos por um propósito e o maior desafio é lutar para ter todos os recursos financeiros disponíveis a tempo para o desfile da quadrilha no período junino .
“Acredito que as quadrilhas juninas estimulam os jovens a perceberem um mundo mais bonito, mais colorido, mais cheio de esperança”, frisou Davi.
Carla Pacheco, coordenadora da Quadrilha “Se Vira nos 30”, do município de Coração de Maria , falou ao Portal Umbu da importância em estar, pela primeira vez na 16ª edição do Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia, promovida pela Federação Baiana das Quadrilhas Juninas (FEBAQ), com apoio do Governo do Estado da Bahia.
“A nossa expectativa é ganhar conhecimento já que é o nosso primeiro ano de desfile aqui em Salvador num concurso de quadrilha dessa dimensão no Estado. Fomos sorteadas na FEBAQ e fomos selecionadas enquanto quadrilha”, explicou.
Para a coordenadora e quadrilheira , o segredo do sucesso é esquecer a disputa do título e dançar com compromisso e alegria. “A maior alegria é estar para ver cada quadrilheiro nosso crescer e amadurecer. Trazer eles para vivenciarem o nível artístico de cada quadrilha que se apresenta aqui. Estamos cansados, mas estamos felizes em estar aqui após muitos ensaios e preparativos”, concluiu.
A programação é gratuita e continua até domingo (15), das 10h às 20h, na Praça da Revolução. O 16º Campeonato Estadual de Quadrilhas Juninas da Bahia é promovido pela FEBAQ e conta com o apoio do Governo do Estado da Bahia.
