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Bahia registra queda na mortalidade infantil

A Bahia registrou 2.769 óbitos infantis em 2024, uma queda significativa em relação a 2023 (2.950) e 2022 (3.109)

O Brasil alcançou, em 2024, o menor número de óbitos de crianças de 0 a 4 anos dos últimos três anos, segundo dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, compilados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA). A redução de 8,02% entre 2022 e 2024 reflete avanços importantes na proteção da infância, especialmente em estados como a Bahia, que vem investindo de forma estruturada em saúde materno-infantil. 

Foto: Divulgação

A Bahia registrou 2.769 óbitos infantis em 2024, uma queda significativa em relação a 2023 (2.950) e 2022 (3.109). Apesar da tendência positiva, especialistas alertam para a importância de fortalecer medidas preventivas, especialmente contra causas evitáveis, como infecções, desnutrição e doenças imunizáveis. 

Entre os fatores que contribuíram para a queda estão diversas ações promovidas pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). A pasta destaca uma redução de 20% na mortalidade materna entre 2021 e 2024, e o lançamento do Programa Mãe Bahia, com investimento de R$ 864 milhões. A iniciativa foca na ampliação do acesso ao pré-natal qualificado, parto humanizado e acompanhamento pós-parto. 

A rede hospitalar também vem sendo reforçada com a construção e requalificação de maternidades. Estão em construção o Hospital e Maternidade Regional Costa do Dendê, em Valença, e o Hospital e Maternidade Regional do Sisal, em Serrinha — ambos com 255 leitos —, além da nova Maternidade de Amargosa, com 117 leitos. Já em funcionamento, a Maternidade Regional de Juazeiro conta com 178 leitos, incluindo leitos de terapia intensiva e semi-intensiva, oferecendo suporte especializado a gestantes e recém-nascidos. 

Outras ações incluem a criação de Centros de Parto Normal em Ibotirama, Santa Maria da Vitória, Macaúbas e Porto Seguro; a implantação de Ambulatórios de Gestação e Puerpério de Alto Risco (AGPAR) em policlínicas regionais de Jequié, Ilhéus e Vitória da Conquista; e o fortalecimento dos Bancos de Leite Humano. O programa Mais Atenção Primária também promete ampliar a cobertura com R$ 934,1 milhões em investimentos para a construção de 284 novas Unidades Básicas de Saúde e a expansão para mais de 4.300 Equipes de Saúde da Família. 

Essas iniciativas seguem metas nacionais, como as da Rede Alyne, que propõe a redução de 25% da mortalidade materna até 2027 e 50% entre mulheres negras. A Bahia incorporou integralmente esses objetivos ao Programa Mãe Bahia, reforçando o compromisso com a equidade racial, qualificação da assistência e humanização do cuidado. 

“Esses esforços comprovam que há, sim, um compromisso efetivo com a vida e com a redução das desigualdades em saúde. É preciso reconhecer que reverter indicadores históricos de mortalidade infantil e materna exige investimentos de longo prazo, reestruturação da rede e atuação integrada. E esse é o caminho que o governo vem trilhando com responsabilidade”, afirmou a Sesab, em nota enviada à Tribuna da Bahia. 

Em entrevista à Tribuna da Bahia, Gilvane Lolato, gerente de Operações da ONA, destacou que a redução de 6,5% nas mortes infantis é um avanço importante, refletindo o impacto direto da qualificação dos processos assistenciais ao longo de toda a linha de cuidado materno-infantil. 

“O cuidado começa no pré-natal, com acompanhamento sistemático da gestante, identificação precoce de fatores de risco, educação em saúde e acesso a exames laboratoriais e de imagem, conforme cada fase da gestação. Quando a gestante chega ao serviço para o parto, é essencial que a classificação de risco seja feita com agilidade e segurança, respeitando os protocolos institucionais e as diretrizes baseadas em evidências”, explicou. 

Ele acrescenta que, nesse momento, inicia-se o pré-parto, com monitoramento adequado da mãe e do feto, em ambiente seguro e humanizado, com equipe multiprofissional preparada para oferecer um cuidado resolutivo, respeitoso e alinhado às boas práticas obstétricas. 

“No parto, os protocolos assistenciais devem estar plenamente implantados para garantir o nascimento seguro do bebê, prevenir complicações e promover ações imediatas como o contato pele a pele, o corte oportuno do cordão umbilical e o início precoce da amamentação”, detalhou. 

Lolato também ressaltou a importância do cuidado contínuo no pós-parto. Segundo ele, a puérpera e o recém-nascido devem ser monitorados quanto a sinais de alerta, receber orientações claras sobre o aleitamento materno, cuidados com o coto umbilical, sinais de icterícia, além de agendamento dos testes neonatais obrigatórios, como o do pezinho, da orelhinha, do olhinho e do coraçãozinho, com encaminhamento para a atenção primária. 

“Por fim, é fundamental que a organização de saúde ofereça um plano educacional estruturado para essa mãe, reforçando a importância da amamentação exclusiva, da vacinação, do vínculo afetivo com o bebê e da rede de apoio. Essa linha de cuidado, quando bem organizada e integrada, é capaz de salvar vidas, promover saúde e garantir um início de vida mais seguro para milhares de crianças”, concluiu. 

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