
O ex-presidente da Fundação Palmares e arquiteto, Edvaldo Mendes Araújo, conhecido como Zulu Araújo, foi inocentado de um processo que respondia por suposta improbidade administrativa.
A ação chegou a impedir o ex-presidente de assumir um cargo no Ministério da Cultura no início do mandato da ministra Margareth Menezes, em 2023. Na ocasião, Zulu era o nome favorito para assumir a secretaria-executiva do Ministério da Cultura. A informação foi divulgada pela coluna Painel, da Folha de S. Paulo e confirmada pela reportagem do Portal Umbu.
O processo foi instaurado em 2013, em decorrência da atuação de Araújo na Fundação Palmares, instituição que presidiu de 2007 a 2010. A sanção por improbidade administrativa veio em setembro de 2015, com a proibição de assumir novo cargo público.
Ainda segundo a coluna, em setembro do ano passado, ele foi inocentado pela Quarta Vara Cível do Distrito Federal em relação a um convênio firmado entre a Fundação Palmares e o Parque Memorial Quilombo dos Palmares, em Serra da Barriga (AL).
“Eu tenho dois sentimentos com relação à decisão que a justiça tomou me inocentando de ter cometido qualquer crime de improbidade administrativa quando na minha gestão na Fundação Cultural Palmares: o primeiro é de alegria pelo fato da verdade ter sido restaurada e da prova concreta de que tudo o que pratiquei, tudo o que realizei durante a minha gestão na Fundação Cultural Palmares estava assentado na legislação, na honestidade, no compromisso de servir”, explica Zulu à reportagem do Portal Umbu.
“A missão que a Palmares possui que é de valorizar, preservar e divulgar as manifestações culturais de origem negra. Portanto, estou muito feliz, muito alegre de ter conseguido provar na Justiça Federal de que nada de errado houve na minha gestão. Mas ao mesmo tempo, também estou muito triste pelo fato de ter tido o meu nome envolvido numa situação como essa, que me trouxe prejuízo de ordem pessoal, me trouxe prejuízo de ordem ética, moral e, sobretudo, profissional, visto que eu fui impedido de ocupar um cargo de relevância no Ministério da Cultura por conta dessas falsas acusações que a mim foram imputadas. Portanto, são esses dois sentimentos que me vêm à cabeça nesse momento. Mas eu não posso deixar de celebrar: celebrar a democracia, celebrar a justiça e sobretudo celebrar a verdade”, finaliza.
Zulu Araújo é militante do Movimento Negro Brasileiro, gestor cultural e arquiteto, além de colunista no Portal Umbu. Araújo é mestre em Cultura e Sociedade e doutorando em Relações Internacionais pela Universidade Federal da Bahia.