Mudança envolve a nova cota eleitoral para candidatos negros

Aparentemente, muitos candidatos às eleições no Brasil estão enfrentando uma forte crise de identidade. Segundo levantamento da Folha de S.Paulo, ao menos 42 mil postulantes a uma vaga no legislativo mudaram a declaração de cor do pleito de 2020 para o de 2024.
Com isso, cerca de um em cada quatro candidatos alteraram sua declaração. A grande maioria mudou de branco para pardo. Vale lembrar que essa mudança possibilita que o candidato usufrua da cota eleitoral para candidatos negros, criado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A cota eleitoral para candidatos negros foi estabelecida pela primeira vez em 2022, determinando que pretos e pardos deveriam receber 50% da verba eleitoral de R$ 5 bilhões. No entanto, a maioria dos partidos descumpriu essa regra.
Diante disso, o Congresso reduziu a destinação de verbas para 30%. Os partidos terão que cumprir essa nova regra para evitar punições futuras.
Movimento reverso no estado:
Na Bahia, a autodeclaração de cor já gerou muita polêmica, como no caso de ACM Neto (União), que se declarou pardo. Sua declaração, porém, não foi bem recebida e virou motivo de chacota para o grande público.
Neste ano, os candidatos estão mais cautelosos. Foi o caso de Geraldo Jr. (MDB), que havia se autodeclarado pardo em 2022, quando foi eleito vice-governador, e agora se identifica como branco. O prefeito de Salvador Bruno Reis (União) também seguiu o mesmo caminho, realizando a mudança em sua declaração.