Profissional é idealizadora do projeto “Jovens Comunicadores”, que busca fortalecer a produção de conteúdo local das juventudes rurais da Bahia
Entre os dias 5 e 6 de julho, será realizada a 8ª edição do Encontro Nacional de Comunicadores e Ativistas Digitais, que vai discutir diversos temas da comunicação. O evento é voltado para jornalistas, ativistas digitais, comunicadores populares, estudantes e lutadores por uma mídia mais diversa, democrática e plural. O Encontro Nacional de Comunicadores e Ativistas Digitais será realizado no auditório do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo.
Quem vai estar na programação do evento é a jornalista baiana, Emília Mazzei, que participa do encontro apresentando o projeto “Jovens Comunicadores”. A comunicadora integra a mesa “Comunicação e Juventude”, no segundo dia, às 11h, ao lado de Marina Caixeta, do portal Desacato e Anderson Moraes, do jornal Empoderado.
Idealizadora do “Jovens Comunicadores”, Emília Mazzei diz que a iniciativa de criar o projeto surgiu em 2017, devido a necessidade de atrair as juventudes rurais para atuarem no Pró-Semiárido, iniciativa de desenvolvimento rural do governo do estado da Bahia, fruto de um acordo de empréstimo com o Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrícola (FIDA), executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional, empresa da Secretaria de Desenvolvimento Rural.
“Na ocasião, o Pró-Semiárido ofertava atividades relacionadas à agricultura, sem muita adesão. Percebemos, então, que atividades não-agrícolas poderiam chamar a atenção desse público e foi solicitado à assessoria de comunicação que apresentasse uma proposta”, explica Mazzei.
“A área de abrangência do Pró-Semiárido era de 32 municípios do centro-norte do estado e o público era composto por filhos e filhas de agricultores familiares, indígenas, quilombolas e comunidades de fundo e fecho de pasto. Então, estabelecemos parcerias com entidades de assistência técnica locais para que fizessem a seleção das turmas. Essa primeira etapa foi finalizada em 2022 e um novo projeto está sendo preparado, agora para todo o estado da Bahia”, continua.
Para Emília, com o digital presente no cotidiano das juventudes, esse grupo tem um leque de possibilidades na mão, o que exige dessa geração, ética, normas de comportamento, conhecimento de ferramentas, produção de conteúdo, repertório, análise, pesquisa e discernimento.
“São muitas demandas. E ninguém nos prepara para saber lidar com esse universo. A educação midiática e o letramento digital são fundamentais nesse processo. E toda essa discussão e troca de saberes está incorporada na proposta do Jovens Comunicadores”, afirma a jornalista.
O projeto idealizado por Emília busca desenvolver a capacidade crítica em meio ao volume de informações ofertadas, criar repertório e disponibilizar as ferramentas técnicas para a produção dos conteúdos locais. “Mas não necessariamente esses jovens trabalham produzindo conteúdo noticioso para a internet. O nosso foco é muito mais fortalecer a cidadania e ampliar a visão de mundo, empoderando essas juventudes para que sejam o que quiserem”, aponta.
O Encontro Nacional de Comunicadores e Ativistas Digitais vai debater temas como o fortalecimento das mídias alternativas e da comunicação pública. Além destes assuntos, o encontro vai abordar os desafios do uso da Inteligência Artificial (IA) que vem ganhando cada vez mais espaço entre produtores de conteúdos e veículos de comunicação. Na semana passada, o grupo Globo atualizou seus princípios editoriais para orientar seus jornalistas a utilizarem a IA.
“A utilização da Inteligência Artificial é uma realidade. O que precisamos é que ela seja anunciada nos produtos gerados e que haja legislação que impeça o seu uso voltado para a desinformação da população. Um aspecto benéfico da inteligência artificial para as juventudes rurais e para a publicação dos seus conteúdos profissionalmente é a contribuição na escrita, na revisão gramatical”, analisa Mazzei.