Em “Boquinha”, as crianças acompanham as aventuras de João Vicente em busca da resposta para a seguinte questão: “como surgiu o mundo?”

Nesta quinta-feira (13), a sala Letieres Leite, no Centro Cultural Sesi Casa Branca, recebeu diversos estudantes e professores para acompanhar uma história movida pela curiosidade. O Coletivo Meio Tempo apresentou o espetáculo “Boquinha”, voltado ao público infantil, que foi assistido por alunos de centros educacionais da região, como a Escola SESI Comendador Bernardo Martins Catharino, o Espaço Cultural Alagados e a Escola Comunitária Luiza Mahin.
Em “Boquinha”, as crianças foram convidadas a seguir as aventuras de João Vicente em busca da resposta para a seguinte questão: “como surgiu o mundo?”. O espetáculo é bastante interativo, o que possibilitou que os pequenos formassem um público participativo na peça. A apresentação conta ainda com elementos lúdicos como música e animação.
O projeto Caravana do Meio Tempo tem a realização do Coletivo Meio Tempo e foi contemplado pelo edital Gregórios – Ano III, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, Governo Federal.
Quem prestigiou a apresentação foi a coordenadora do Espaço Cultural Alagados, Jamira Muniz. A profissional, que acompanhou os alunos até o Centro Cultural Sesi Casa Branca, falou sobre a importância das crianças terem contato com as artes. “Todas as crianças têm que ter acesso à cultura, a lazer, a esporte, então tudo que eu puder fazer, eu farei. Não posso ficar achando que as crianças vão para o teatro sozinha. Eles podem até ir, um dia, mas depois que aprenderem o caminho. Eu estou ensinando o caminho para eles aprenderem a ver uma peça. Porque quando a criança aprende o caminho, ela vê tudo, ela começa a conhecer o real das possibilidades que eles têm. Porque ficar na comunidade é muito bom, mas resistir também. Eu quero que as crianças conheçam a cidade, todos os espaços possíveis de cultura e lazer que eles puderem. E para mim isso é importante”, declarou Jamira.

Inah Irenam, que realiza a mediação cultural do espetáculo, ressaltou a importância de apresentar a peça “Boquinha”, na Cidade Baixa. “Trazer o espetáculo aqui, para a Cidade Baixa, para o Sesi Casa Branca, que é esse polo que está fazendo essa junção com o projeto Boca de Brasa da FGM (Fundação Gregório Matos), é muito importante, porque estamos movimentando e retomando a movimentação de uma comunidade que também é muito ativa aqui. Hoje de manhã, a gente teve a Escola Luísa Mahin, que é daqui da comunidade. A gente teve, também, os próprios alunos daqui do SESI, que é ao lado do Centro Cultural Sesi Casa Branca e do Espaço Cultural Alagados”, explicou.
“Acho que trazer um espetáculo que é tão sensível, tão artístico, tão envolvente, com mágica e com interação, riso e descobertas; ver as crianças chegarem aqui e se encantarem só em entrar e ver a cena, só a luz azul; ouvir esses suspiros e ver os sorrisos no final, a interação ao longo do espetáculo, [tudo isso] é uma coisa muito gratificante para a gente”, contou a mediadora cultural.
Oficinas e próxima apresentação
As oficinas do Coletivo Meio Tempo também continuam. Na Oficina de Teatro Teatralizando, através de exercícios de jogos e exercícios de improvisação, os participantes terão como ponto de partida as diversas mitologias, lendas e diferentes interpretações sobre como o mundo e a humanidade foram criados e vão tecer conexões com suas vivências, saberes e aprendizados.
Já a oficina Criando com Celular, busca orientar jovens e adolescentes a produzirem conteúdo audiovisual com os recursos multimídia dos aparelhos celulares.
Na próxima quinta-feira (20), o Coletivo Meio Tempo promove o espetáculo “Esqueça”. Serão duas sessões, uma às 10h e outra às 15h, no Centro Cultural Sesi Casa Branca. O espetáculo aborda o descobrimento do Brasil a partir do ponto de vista dos povos indígenas. As apresentações são gratuitas, sujeitas à lotação do espaço.
SOBRE O COLETIVO MEIO TEMPO:
O Coletivo Meio Tempo surgiu em 2016 a partir do reencontro artístico de Ridson Reis e Roquildes Junior, multiartistas soteropolitanos, oriundos do subúrbio ferroviário. Eles haviam trabalhado juntos em 2006 na montagem do Sonho de uma noite de verão, do Bando de Teatro Olodum, e 10 anos depois eles se reencontram para a montagem do espetáculo O Contentor – O Contêiner, baseado na obra do angolano José Mena Abrantes. A peça rendeu a Ridson Reis a indicação do Prêmio Braskem de Teatro na categoria Revelação. Desde então, o coletivo