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Portal UMBU

“A gente quer mostrar que é um espetáculo-documento”, declara Cássia Valle, atriz e diretora de ‘Cabaré da RRRRRaça 25+25’

Espetáculo do Bando de Teatro Olodum fará 12 apresentações nos meses de maio e junho, iniciando em 17 de maio, no Espaço Cultural da Barroquinha

Foto: Heder Novaes

O Bando de Teatro Olodum realizará a nova temporada do projeto “Cabaré da RRRRRaça 25+25”, o espetáculo mais aclamado do grupo. Serão 12 apresentações nos meses de maio e junho, iniciando em 17 de maio, no Espaço Cultural da Barroquinha.

“Eu diria que tem emoções triplas ou múltiplas, o Cabaré, eu sempre acho que é o espetáculo emblemático da gente, para além de Ó Pai Ó, que é essa festa toda. A montagem virou filme, o seriado é maravilhoso também”, diz Cássia Vale, atriz do Bando e uma das diretoras do espetáculo Cabaré da RRRRRaça.

Em entrevista ao Portal Umbu, Cássia conta: “o Cabaré, para mim, é uma festa emblemática. É moderna, a forma da encenação, o jeito como os atores ficam no palco, é bem moderno”.

“Ao mesmo tempo falar de Cabaré da Raça, depois de 27 anos, onde o racismo só existe, a gente tem pequenos pontos em que melhorou, mas a gente ainda está falando de um espetáculo que é muito moderno”, comenta. Em cena e assinando a direção da nova montagem, Valle confessa que enxergar poucas mudanças do texto é triste por refletir as poucas mudanças sociais que tivemos de 1997 até aqui.

Na montagem de 2024, a peça conta com algumas novidades. A primeira é que o dramaturgo e criador do Bando, Márcio Meirelles assume a supervisão artística, a direção é de Cássia Vale, Valdineia Soriano e Leno Sacramento.

O espetáculo teatral Cabaré da Raça estreou em 1997 e hoje, é considerado um dos maiores sucessos do Bando de Teatro Olodum. Com uma trajetória de sucesso, ao longo desses 27 anos, o espetáculo já foi visto por mais de 40 mil pessoas, com mais de 300 apresentações, incluindo, além de Salvador (BA), diversas cidades brasileiras como São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Fortaleza, por exemplo, além de países como Portugal e Angola.

Orgulho de ser negro e atitude contra o racismo são os argumentos do espetáculo, que consiste em uma montagem musical de linguagem popular e direta, que leva o público ao riso e também, à reflexão. É justamente essa combinação de discurso inflamado com bom humor e doses de ousadia que, ano após ano, atrai baianos e turistas para ver o espetáculo.

Cabaré da Rrrrraça expõe as mais diversas manifestações do racismo e da discriminação contra os negros no Brasil, desde as sutis até às mais ultrajantes. Em cena, os atores dão voz aos personagens para compartilhar com a plateia casos vividos por eles mesmos, assim como, relatos de diversas pessoas que enfrentam o racismo no seu dia a dia. Ao levar ao palco encenação que refletem o cotidiano da sociedade brasileiro, a peça dá um panorama da situação da população afrodescendente brasileira na atualidade.

“O texto não passou por muitas mudanças. A gente quer mostrar que é um espetáculo-documento, um documento de um tempo, para que quem assista, pare e pense: poxa, nada mudou. E quem estiver vivendo essas situações, se reconheça naquilo”, diz Cassia.

Projeto

O Projeto Cabaré da Rrrraça 25+25 apresenta ações importantes do Bando de Teatro Olodum!

Dentre elas as Oficinas de Performance Negra, que começam dia 27 de março, em três núcleos: Subúrbio, no Centro Cultural Plataforma (@‌cculturalplataforma); Cidade Baixa, no Espaço Cultural Alagados (@‌eculturalalagados) e Centro Histórico, no Museu Nacional da Cultura Afro-Brasileira (@‌muncab.oficial), com 20 vagas em cada unidade.

Os participantes receberão aulas de teatro, música, dança e memória e identidade negra, ministradas pelos artistas do Bando, em uma metodologia própria consolidada pelo grupo ao longo dos quase 34 anos de existência. O Bando de Teatro Olodum e a Wilson Sons (@‌wilsonsons), através do Projeto Cabaré da Rrrraça 25+25, propõem os Seminários “Oro Dudu”, com debates sobre temas que permeiam as condições raciais no país.

Este projeto conta com o patrocínio da Wilson Sons, via Programa de Isenção Fiscal Viva Cultura, da Prefeitura de Salvador, Secretaria Municipal da Fazenda – SEFAZ, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo – SECULT e Fundação Gregório de Mattos – FGM.

Foto: Divulgação

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