O desfile aconteceu nas ruas deste domingo (11)

Celebrando as tradições e relembrando os povos indígenas, os blocos Commanche do Pelô e Apaches do Tororó desfilaram na avenida na noite deste domingo (11). Além de representarem uma homenagem às tribos indígenas, esses blocos são uma lembrança viva da resistência cultural e histórica desses povos, contribuindo para a preservação e valorização das tradições ancestrais em meio à efervescência e à modernidade do Carnaval de Salvador.
O Commanche do Pelô, um dos blocos mais tradicionais do Carnaval de Salvador, comemorou seus 50 anos de resistência desfilando, mais uma vez, no circuito do Campo Grande. Com uma longa história de reverência à origem mestiça dos baianos, mesmo com seu nome e identidade visual inspirados nos nativos norte-americanos, o bloco mantém viva a tradição e a história do povo indígena. O presidente do Bloco, Jorge Rodrigues, conhecido como ‘Jorjão do Pelô’, destaca a importância de propagar a história e a importância dos povos indígenas pela avenida: “É muito importante para mim poder manter viva a história desse povo que fez tantas coisas por nós, que são os povos indígenas, por isso eu sempre digo, enquanto eu viver vou propagar a importância desses povos pela avenida”, afirma o presidente.
Para Alana Santana, associada do bloco, é emocionante poder vivenciar essa tradição singular e resgatar um pouco das origens dos povos indígenas através da vestimenta e do desfile: “Eu me sinto feliz por poder representar pelo menos um pouco daquilo que os povos indígenas foram, apesar da estética da nossa roupa e do nosso bloco ser dos povos americanos ainda sim é importante poder lembrar tudo que essas pessoas fizeram.”
O Apaches do Tororó, outro bloco de índio do Carnaval de Salvador, desfilou pelas ruas do Campo Grande, reafirmando sua posição como o mais antigo bloco de inspiração indígena da cidade. Fundado em 1968, o bloco não apenas celebra as tradições das comunidades indígenas, mas também denuncia a exploração histórica enfrentada pelo povo negro e indígena. Neste ano, o bloco teve a honra de contar com a presença da Aldeia Kiriri desfilando na avenida, representando uma forte união entre culturas e tradições.
O diretor do Apaches, Arlei Costa, filho do presidente do bloco, destaca a influência da história e da trajetória do bloco em sua vida, expressando felicidade em poder presenciar algo tão reverenciado por seu pai e representativo para os povos indígenas: “Eu venho acompanhando os passos do meu pai por muitos anos e hoje poder ver algo que ele tem tanta reverência, me faz feliz também. O Apaches representa os povos indígenas e poder ter eles aqui hoje é um presente.” O bloco Apaches do Tororó, com sua longa história de resistência e celebração, continua sendo uma voz importante na preservação e valorização das tradições indígenas no Carnaval de Salvador.