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Especial Dia dos Pais: Psicóloga fala sobre como uma presença paterna afetiva impacta no desenvolvimento dos filhos

Especialista conta que a educação respeitosa é o futuro para a transformação das relações parentais

Em um estado em que, aproximadamente 65.300 crianças tinham sido abandonadas pelo pai até 2022, segundo a Associação de Registradores de Pessoas Naturais da Bahia, a importância da presença paterna na infância precisa ser discutida para entendermos quais os impactos psicológicos da presença paterna no desenvolvimento.

Em entrevista ao Portal Umbu, a psicóloga Gabriela Nery, que atende crianças e familiares, relata que a presença dos pais é fundamental na criação de valores, na educação e na criação de memória.

“Na parte emocional, as crianças aprendem sobre o afeto, cuidado e como isso pode ser passado para outras relações, pois a relação familiar é a primeira relação que temos e onde aprendemos muitas coisas. Um pai presente no período na infância nutre na criança o sentimento e representação de heroísmo, pois os pequenos enxergam os pais como heróis que salvam eles de todas as coisas, alimentando a fantasia infantil”, revela a especialista.

Em virtude do modelo patriarcal em que a sociedade está inserida, é muito comum que a figura masculina assuma a posição de autoridade por “ser o homem da casa”, dessa forma, mantendo um afastamento das questões emocionais que circundam o lar. Sobre isso, a profissional comenta que existem diversos modelos de paternidade nas relações pai e filho(a).

“A figura paterna necessariamente não precisa ser um genitor, pode ser representada por um tio, avô, padrasto. Obviamente um pai presente que participa da criação do filho(a) e está ali dando afeto, auxiliando na criação de valores com uma educação respeitosa, irá ter grandes benefícios para formação daquele ser humano.”

“Agora, quando pensamos na paternidade tradicional, conseguimos pensar naquele pai que exerce o papel de provedor e não nutre o filho de afeto pois a sua responsabilidade é cumprir com as obrigações financeiras”, compara, analisando o rompimento com o modelo de parentalidade comum às gerações anteriores.

Gabriela Nery afirma que o afeto é uma questão fundamental na criação de uma criança, uma vez que, através dele surge uma educação mais respeitosa.

“Em um Lar afetivo teremos crianças com um bom desenvolvimento de autoestima, autoconhecimento e até mesmo autocuidado, pois isso será passado e ensinado através do afeto. Além do sentimento de segurança e pertencimento que as pessoas inseridas naquele núcleo familiar terão”, completa.

Finalizando, a especialista diz que muitos pais estão conhecendo agora o conceito da educação respeitosa e que isso pode transformar futuras gerações de pais.

“Isso [conhecimento da educação respeitosa] é muito gratificante pois gera uma mudança na educação tradicional onde não se tinha muito respeito e compreensão. A educação respeitosa ajudará a termos mais adultos que respeitarão seus limites, adultos que conhecerão e saberão identificar seus sentimentos que conseguirão falar sobre eles, acredito que teremos uma geração mais saudável emocionalmente”, concluiu a profissional.

Sobre Gabriela

Inscrita no CRP: 03/24877, Gabriela fala sobre parentalidade, infância e temas relacionados em suas redes sociais @‌gabbipsi.

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Nina rodriguez
Nina rodriguez
1 year ago

concordo demais. Vejo reflexos dos efeitos da ausência do meu pai nas minhas crianças hoje que também experimentam a ausência paterna.

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