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Ian Fraser e Mariana Filgueiras discutem gêneros literários e a identificação do público na Flipelô

Misturar gêneros contribui para ‘prender’ a atenção do leitor, dizem convidados

Nesta quinta-feira (10), às 11h da manhã, Ian Fraser, autor de “A vida e as mortes de Severino Olho de Dendê”, e Mariana Filgueiras, jornalista e autora de “O avesso do bordado: Uma biografia de Marco Nanini”, participaram da mesa “Leitor, qual a sua pegada: humor, ficção ou terror?”, com mediação de Renato Cordeiro, no Teatro Sesc Pelourinho.

Na ocasião eles trataram da identificação do leitor com certos gêneros e como isso facilita a leitura.

“Se eu estou um cara mais leve, eu vou buscar uma coisa mais leve para acompanhar esse esse ritmo. Por exemplo, meu último romance, que ainda não foi lançado, eu estava ali querendo escrever uma coisa que tivesse muita fantasia, mas muita realidade. Então eu fui para um gênero do realismo fantástico, que é um gênero latino-americano, eu fui para uma leitura que ia me inspirar para eu achar as borboletinhas da criatividade”, disse Ian.

Já Mariana trouxe o conceito da catarse no teatro para falar dessa identificação. Para ela, “o livro sempre acha o leitor certo”.

“Quando a gente está apaixonado e lê uma comédia romântica aquilo purifica, né? Então eu acho que eu vou sempre com a emoção, em comunhão com o que eu tô sentindo no momento”, conta. “Claro que as vezes tem uma surpresa. Você entra na livraria, aquele livro te chamou a atenção e, de repente, você tá numa coisa que você não esperava”, completa Mariana.

Em sua biografia sobre Nanini, Mariana traz as reflexões do ator de “A Grande Família” e “Irma Vap – O Retorno” sobre alternar drama com comédia, e vice-versa, como forma de não esgotar um dos gêneros. Apesar do livro do Ian ser uma ficção científica, ele também faz o uso do humor nas relações entre Severino e Bonfim.

Sobre isso, Renato Cordeiro perguntou aos autores se eles sentem a necessidade de dosar ou misturas os gêneros em suas obras.

“É muito bacana ver que as pessoas estão se relacionando muito com essa dinâmica de humor e de leveza entre os dois personagens que são trágicos”, disse Ian sobre Severino e Bonfim. “O Severino é um homem que não temo braço esquerdo. Ele perdeu o braço e o olho esquerdo em uma grande tragédia, ele perdeu o irmão. Ele é um homem que está claramente em depressão. Então dosar comédia e tragédia é como você potencializa tanto um lado do espectro, quanto o outro. Navegar nas emoções é uma estratégia narrativa riquíssima que seduz os leitores”, explicou.

Ao receber a palavra, Mariana brincou que o livro precisa “ter o molho”. Ela explicou que em uma biografia é mais fácil você transitar pelos gêneros, uma vez que, durante a vida, passamos por altos e baixos.

O bate-papo também abriu espaço para o público fazer perguntas, onde surgiram dúvidas como processo de criação de personagens do Ian, primeiras publicações, o jornalismo do Greg News, onde Mariana trabalha, e muito mais. A mesa contou com a presença de um intérprete de Libras, visando acessibilidade a todos os públicos.

Foto: Bruna Carvalho/Portal Umbu

A Flipelô segue com a presença de diversos convidados até este domingo (13). A programação completa você confere aqui.

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