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Largo Tereza Batista traz representatividade negra feminina para o palco da Flipelô

Guerreiras baianas foram homenageadas na ocasião

A quinta-feira (10) foi marcada pela diversidade de eventos que acontecem na 7ª edição da Festa Literária Internacional do Pelourinho (Flipelô). Durante a manhã, alunos de diversas escolas de Salvador lotaram os espaços para presenciar as movimentações culturais.

Com eventos simultâneos acontecendo na Fundação Casa Jorge Amado, Praça das Artes, Teatro Sesc Pelourinho, Museu Eugênio Teixeira Leal, Igreja do Rosário dos Pretos, Casa das Editoras Baianas, Museu Afro da UFBA e no Largo Tereza Batista, a programação contou com atividades até às 20h.

Durante o dia, o Largo Tereza Batista promoveu mesas de conversa e lançamentos literários. Às 10h da manhã o espaço recebeu o Lançamento do livro “Nasce o Sol: A Trajetória da Heroína Maria Quitéria na Independência da Bahia” de João Paulo Moreira Ferreira.

Foto: Bruna Carvalho/Portal Umbu

Em entrevista ao Portal Umbu, o autor e professor de história contou que a ideia de trazer a história das guerreias baianas surgiu de uma conjuntura de fatores.

“Desde o tempo que eu estou em sala de aula, eu sempre me inquietei com o pouco espaço que os livros didático dão à nossa história. As vezes nem aparece Revolta dos Malês. Pouca gente sabe o que foi esse movimento. Quando falamos da Independência do Brasil pouca gente sabe quem foi Maria Felipa, Maria Quitéria, Joana Angélica, então o livro nasceu dessas inquietações”, revelou João

O professor ainda conta que a aproximação da data do Bicentenário da Independência também contribuiu para o embalo do projeto. Segundo João, o livro foi finalizado em julho de 2023, mês em que se comemora a Independência do Brasil na Bahia.

“O livro é pensado exatamente pra sala de aula, com objetivo de contar uma história que não aparece nos livros didático. Por isso ele foi pensando exatamente para chegar em sala de aula, para chegar aos jovens pra que eles possam ter conhecimento de eventos importantes da nossa história”, revelou.

A mesa do professor foi marcada pela presença de alunos de diversos níveis, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio. Segundo João, a estadia desse público foi muito importante, uma vez que ele deseja inspirar esses jovens com a história das guerreiras baianas.

“No último capítulo, eu trago exatamente o ato de coragem bravura dessas mulheres. Imagine isso no século XIX, totalmente patriarcal, ela se levantar, se vestir como homem e ir para o campo de batalha, sabendo que ela não poderia retornar para casa. Então, durante o livro, com as histórias de Maria Quitéria, Maria Felipa e Joana Angélica, eu tento fazer com que esses alunos se inspirem, se vejam nessas heroínas”, finalizou.

Ainda no Largo Tereza Batista, dessa vez às 14h, Lorena Ribeiro, professora, escritora, artesã, produtora de conteúdo no canal Passos Entre Linhas e fundadora do Clube Lendo a Bahia, participou de um bate-papo com tema “Livro é Coletivo”, junto a Ricardo Santos e Roberta Gurriti.

Foto: Bruna Carvalho/Portal Umbu

Na ocasião, a autora aproveitou para falar sobre uma de suas publicações “Vozes Nordestinas”, um livro de contos que conta com a participação de Deko Lipe, Lira Queiroz, Yuri Rebouças e prefácio de Pedro Rhuas.

O conto de Lorena se trata de uma comédia romântica, ambientada em Salvador, que conta a história de uma menina que acaba se apaixonando por uma outra.

Além da mesa, Lorena trouxe para o local o relançamento do seu mais novo livro “O divertido glossário da Jana”, desta vez em uma versão bilíngue.

O livro narra a história de Janaína, uma menina de sete anos, banhada em criatividade. Ela descobriu com a pró Gleice que é possível criar uma lista para dar significado às palavras. Então, pediu ajuda da dinda Cris para criar seu próprio glossário, contando de um jeito muito divertido sobre pessoas e coisas que fazem parte do seu dia a dia. A história é narrada pela própria personagem, numa conversa com quem está lendo, promovendo interação com a obra.

Para ela, esse espaço que a Flipelô tem disponibilizado para a literatura local e o acesso a todos é muito importante.

“A inspiração e a a potencialização desse gosto pela leitura começa na infância, na juventude. Esse espaço voltado para os jovens terem contato direto com os autores é super importante para mostrar para eles que a literatura é acessível e para inspirar eles também, se eles quiserem escrever. Além de perceberem que eles também são capazes de estar nesse lugar onde a gente tá agora”, disse Lorena.

Confira a programação completa da Flipelô aqui

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