Confira a coluna de opinião de Adelmo Santos
Esta semana o governo federal lançou o programa Desenrola Brasil com intuito de beneficiar, aproximadamente, 30 milhões de pessoas na primeira fase e até 70 milhões de brasileiros com dívidas ativas de até R$5.000,00 junto aos SCP/SERASA.
É uma excelente oportunidade de ajustar as suas finanças sem burocracias e com melhores chances de negociação dos juros e multas junto aos credores. E para aqueles com dívida menor ou igual a R$ 100,00, melhor ainda, porque já parte para negociação com o nome limpo.
Se tudo der certo, todos saem ganhando, o trabalhador que terá o nome limpo, o credor que receberá o valor em débito e, como bônus, levará mais um consumidor ativo e o governo que, por sua vez, terá um programa social de sucesso, popular e conseguirá arrecadar em impostos com o aquecimento da economia.
A primeira coisa que precisa ficar clara é que o Desenrola Brasil prevê, única e exclusivamente, ajudar o endividado a LIMPAR O NOME! Ou seja, ninguém vai anistiar ou te isentar de pagar a sua dívida, afinal, foi você quem contraiu, não foi verdade? O governo só está dando um empurrãozinho limpando seu nome e intermediando a negociação da dívida com o credor.
Agora que sabemos que ninguém vai passar uma borracha nas dívidas que levaram 34% da população brasileira – isso mesmo, 34 em cada 100 brasileiros tem algum tipo de dívida oficial – a ficar com o nome sujo na praça e impedidos de contrair créditos, vamos tentar entender o que é esse programa e qual as vantagens para cada um dos envolvidos e a atenção que precisaremos ter para não transformar uma excelente oportunidade em um adubo potente para o problema existente.
Na ótica do governo, o programa é uma grande amostra da preocupação com a condição econômica e social do brasileiro. O fato de desburocratizar e intermediar uma negociação de dívida e nos casos de valor menores que R$100,00, é também um voto de confiança uma vez que já limpa o CPF junto ao SERASA e SPC de imediato, independentemente de uma negociação entre as partes, viabilizando a capacidade de compra do brasileiro e sua condição social.
O trabalhador com o nome limpo, passa a ter crédito na praça e resgata a esperança de uma melhoria de vida para ele e a família.
Na visão dos credores também é fantástico. É uma esperança de resgatar o crédito concedidos no passado somado de uma parte dos juros e ainda melhorando a relação com esse consumidor uma vez que está sendo bonzinho em abrir mão de parte dos juros para ajudar (rsrsrsrs). Afinal, como os credores podem ser remunerados pelos juros se não houver clientes? Por isso é muito importante limpar no nome do povo e negociar a dívida. Isso habilita a pessoal a contratar mais crédito.
Para a indústria e o comércio, o programa chegou como um presente de natal antecipado. Entenda, para a indústria produzir e o comércio vender é preciso ter que compre, não é isso? Então se a população está empobrecida, endividada e como o nome sujo que impede de ter credito, como é que essa roda vai girar? Percebeu? Para essa economia mover é fundamental que tenhamos pessoas com capacidade de credito para adquirir bens e serviços.
Agora, para nós, trabalhadores, que puxamos e corda da economia, também é uma coisa boa. Ninguém quer ter seu nome sujo ou viver com restrição de crédito. Os mais antigos já diziam “A única coisa que o pobre tem é o nome”. Então, ter um caminho facilitado para organizar as coisas e até mesmo poder de negociação para reduzir os juros indecentes que compõem a dívida é uma grande oportunidade.
Mas como dito antes, nada é de graça. Via de regra esses programas têm como objetivo final te liberar para consumir novamente e se você não tomar cuidado e entender que ainda tem uma dívida parcelada para ser paga (lembra que o programa ajudou a limpar o nome e não pagou sua dívida?) o problema vai retornar em muito pouco tempo e muito pior que antes, porque agora você não terá apenas uma dívida e sim duas e não terá ninguém para te ajudar. Entendeu?
Minha sugestão é que sim, quem tiver dívida aproveite a oportunidade para arrumar as contas, limpar o nome e se possível começar a pensar em uma formação de reserva, uma poupança pode ser um bom início. Aproveitar também para se educar financeiramente e segurar a onda. Nada de sair pegando cartões de créditos, créditos de cheque especial para festas, telefones com câmeras da NASA ou roupas da moda. É hora de arrumar a vida e não de se enterrar de vez em dívidas.
Parabéns pelas informações.
Excelente!
Adelmo arrasa
Excelente conteúdo, muito bom! Tem se aprimorado nas pautas abordadas, hein? Show!
Como sempre, com uma precisão cirúrgica.