Balé Folclórico da Bahia, Cia de Dança Deborah Colker e BTCA têm espetáculos disponíveis gratuitamente na internet; Confira

O Dia Internacional da Dança é comemorado nesta segunda-feira (29). A data foi criada em 1982 pelo Comitê de Dança do Instituto Internacional do Teatro da UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura).
A celebração visa promover essa expressão artística no mundo, além de buscar conscientizar a sociedade sobre o valor da dança em todas as suas formas e compartilhar os benefícios que existem em movimentar o corpo.

De acordo com informações da Agência Brasil, o dia 29 de abril foi escolhido por ser o nascimento do bailarino e coreógrafo francês Jean-Georges Noverre. Autor do trabalho ‘Cartas sobre a Dança’, Noverre deixou seu legado sobre a expressividade dos movimentos nas apresentações de balé do século XVIII.
Há registros em pinturas nas cavernas de que, na pré-história, o homem já bailava interagindo com a natureza. Cerca de dois mil anos antes de Cristo, no Egito e na Grécia, a dança tinha um caráter sagrado; fazia partes dos rituais em homenagem aos deuses. Com o passar do tempo, surgiram os bailes e as apresentações artísticas. O primeiro espetáculo de balé no mundo, por exemplo, data do século XV.
Para ilustrar o significado da arte da dança, leia as palavras da cantora e bailarina, Daniela Mercury:
“Um corpo que dança é a reinvenção da criatura. Meu corpo é a tela da pintura. A obra de arte
A cena
A canção, o poema e a melodia. A literatura, a arquitetura, o cinema.
Quando o corpo permite o silêncio dança”
Para celebrar essa data tão importante, a reportagem do portal Umbu selecionou 5 espetáculos de dança disponibilizados gratuitamente na internet. Confira:
À Flor da Pele – Balé Teatro Castro Alves (BTCA)
O espetáculo “À Flor da Pele” foi coreografado por Ismael Ivo, sob direção artística de Jorge Vermelho e estreou na Bahia em 2010. A montagem contou com a participação especial da Orquestra 2 de Julho, integrante do Neojiba, executando a trilha sonora, formada por obras do compositor austríaco Gustav Mahler. A atração investigou a memória e os momentos importantes vividos por cada intérprete.
A apresentação utilizou o corpo como um passaporte e como um documento do tempo atual, identificador de momentos importantes de mudanças.
Ismael Ivo bailarino e coreógrafo. Ele foi um dos mais renomados profissionais da dança em todo o mundo e faleceu aos 66 anos, por complicações da Covid-19. O coreógrafo atuou por mais de três décadas na Europa e dirigiu o Balé da Cidade de São Paulo, sendo o primeiro negro a ocupar o cargo.
O Balé Teatro Castro Alves é uma companhia pública de dança contemporânea fundada em 1981, tem direção artística de Daniela Guimarães. O BTCA é um corpo artístico estável do Teatro Castro Alves (TCA), vinculado à Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) e à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (Secult-BA). Conta no seu repertório com mais de 100 montagens de importantes coreógrafos. Em sua história recente, destacam-se “Lub Dub” (2017), “Urbis in Motus” (2017), “Tamanho Único” (2018), “CHAMA: Coreografia para artistas incendiárixs” (2018), “A História do Soldado” (2019), em parceria com a Orquestra Sinfônica da Bahia (OSBA), e “Viramundo” (2022), junto à Orquestra Afrosinfônica. Em 2020, em meio à pandemia da Covid-19, BTCA e OSBA mais uma vez se conectaram para promover colaborações artísticas em parceria, estreando seis criações inéditas encenadas e transmitidas ao vivo pela internet e TVE Bahia, dentro do projeto “Voltando aos Palcos”. Também neste período, BTCA e OSBA estrelaram os filmes “Um Concerto para o Guarda-Roupa” e “Abraço no Tempo”. Em 2021, celebrando seus 40 anos, o BTCA lançou o longa-metragem “A Cidade que Habita em Mim”.
Herança Sagrada – Balé Folclórico da Bahia
Em “Herança Sagrada”, os bailarinos do Balé Folclórico da Bahia reproduzem com fidelidade sequências de movimentos de alguns dos mais importantes rituais do candomblé, numa coreografia baseada em danças do culto afrobrasileiro. O espetáculo, que já foi aplaudido nos Estados Unidos, Europa, Caribe, Oceania e África, conta com direção geral de Walson (Vavá) Botelho e direção artística de José Carlos Santos (Zebrinha). No palco, 26 bailarinos, músicos e cantores apresentam movimentos vibrantes e sonoridade arrebatadora. A segunda parte do espetáculo reúne coreografias clássicas do repertório do Balé, que traduzem as mais importantes manifestações folclóricas baianas, em “Puxada de Rede”, “Capoeira” e “Samba de Roda”, além de “Afixirê”, coreografia inspirada na influência dos escravos africanos na cultura brasileira.
O Balé Folclórico da Bahia já se apresentou em mais de 300 cidades e 27 países, incluindo Estados Unidos, Itália, Inglaterra, Bélgica, Canadá, Dinamarca, Nova Zelândia, Austrália, Alemanha, França, Holanda, Suíça, México, Chile, Colômbia, Finlândia, Suécia e África do Sul, dentre outros.
Com sede no Pelourinho, em Salvador, o BFB é a única companhia de dança folclórica profissional do país. Os integrantes da companhia – dançarinos, músicos e cantores – recebem preparação técnica para dança, música, capoeira, canto e teatro. Para preservar e divulgar as principais manifestações folclóricas da Bahia, o Balé desenvolveu uma linguagem cênica que parte dos aspectos populares e atinge questões contemporâneas.
Belle – Companhia de Dança Deborah Colker
O espetáculo ‘Belle’ realizado pela Companhia de Dança Deborah Colker é livremente inspirado no romance ‘Belle de Jour’ de Joseph Kessel.
Paixão, amor, mistério e desejo ocupam o centro da cena, emprestando à coreografia uma forte dose de sensualidade. Em dois atos, Deborah Colker reconstrói a história da mulher burguesa apaixonada pelo marido, mas sexualmente insatisfeita, que passa as tardes prostituindo-se em um bordel. A dicotomia mundo/submundo, razão/instinto, amor/sexo dá o tom do espetáculo.
A CIA de Dança Deborah Colker foi criada em 1994. Neste ano, a companhia celebra 30 anos de atividades. Com 14 espetáculos em seu repertório, a companhia se mantém como uma das mais premiadas e prestigiadas no Brasil e no mundo, recebendo em 2018 o Prix Benois de la Danse de Moscou, o mais importante prêmio da categoria. Recebeu ainda um Laurence Olivier em 2001, célebre prêmio inglês, concedido pela The Society of London Theatre, pelo espetáculo Mix.
Em 2009, Deborah Colker foi convidada pelo Cirque du Soleil para criar o novo espetáculo da companhia canadense, Ovo, sendo a primeira mulher a criar e dirigir um espetáculo para o Cirque. Em 2016, foi a diretora de movimento da cerimônia de abertura das Olimpíadas do Rio de Janeiro, evento transmitido para mais de 2 bilhões de pessoas em todo o mundo. Ao longo destes anos, a Companhia já realizou mais de 2.000 apresentações, em cerca de 75 cidades e em 32 países, atingindo um público de mais de 3.500.000 de pessoas.
Entre a minha mão e a sua há mais que um abraço – BTCA e OSBA
O projeto “Voltando aos Palcos”, marcou a retomada do BTCA e a OSBA (Orquestra Sinfônica da Bahia) aos palcos do Teatro Castro Alves. Foram seis espetáculos inéditos para o projeto. “Entre a minha mão e a sua há mais que um abraço” foi a estreia da série de espetáculos.
Atuam no espetáculo, os bailarinos – Jai Bispo e Luiza Meireles – e os músicos – Eduardo Torres, piano, e Mário Soares, violino.
O Balé que você não vê – Balé Folclórico da Bahia
Em comemoração aos 30 anos da companhia, no dia 7 de outubro de 2018, o Balé Folclórico da Bahia se apresentou em um espetáculo especial no Teatro Vila Velha, em Salvador. A companhia apresentou três coreografias inéditas, confeccionadas especialmente para os 30 anos de atividade do Balé. A apresentação integra o festival A Cena Tá Preta, realizado pelo Bando de Teatro Olodum.